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Perdido na multidão te encontro

semelhante a mim diluído e

esquecido pelo embaraçado mar

que nos movimenta em ondas tímidas

que bem serviam nosso amor.

Sacudo meu já envelhecido e sujo pó

de meus sapatos, pelo cristalino suor

calçados e calcados de uma saliva saliente

em uma eterna estrada de gente,

emaranhada em surgido
aparato aperto de parto.

Golpeio feridas em direcção a ti

e concordo com o teu sentir

ignorando-me em igual.

Disfarço e faço meus sentidos

cortados no vendaval gritante,

perseguindo meu já velho embaraço.

Idolatro meu ídolo teu

e de ti esqueço sem esquecer,

decalco as sombras de

meus passados e esvazio

cinzas do que de meu é.

Acordo saudando a saudade

do teu esquecer vazio.

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