A morte vive em mim

Há muito que a morte me procurou,
um recortado recanto,
para em mim viver entretanto.

Sinto-a suja, a prever devorar-me
(de dentro para fora)

A metade de mim já ocupada se mostra,
escondendo o que removeu de meu controlo.

A luz da minha metade apagada,
Deixando na sombra o que me deixa,
O que resta de meus restos.

De olhos mastigados, numa ocupação constante
se arrasta, arriscando mais a fundo,
riscando o comando do que já não é de mim.

Encaixada numa caixa futura minha
me entregará o emprestado destino
do removido acordar para o sono eterno,
pela morte de Morfeu acompanhado terno.

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