Jardim de Ferro

Caem frias as abóbadas de ferro,

aquelas que caem em meu jardim,
como se acotovelam sedentas do enterro
no sepultar do sepulcro sagrado das
ferrugentas entranhas de meu jardim.

Semeio colheres de vento que se acasalam
e formam flores de um fino pedaço de aço
semelhante a mim.

Despejo meu humilde desejo
entre as acamadas camadas
mortas, alimentando-as com o
sabor sedimentar das eternas
eutéticas sedes sujas.

Simulo colheitas de um fruto feito
das silvas de um arame silvestre,
tão semelhante a um sabor sentido
em um trincar de lábios confusos.

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