A lua

Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos languidas, loucas, e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros ?
Que paixão te fez os lábios tão maduros
Num rosto como o teu, criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugaz, com que direito me tens presa
A alma, que por ti soluça nua
Não és Maria e nem Teresa:
E és tão pouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética e indefesa
Feiticeira Lua

Leave a Reply