Há muito que a morte me procurou,
um recortado recanto,
para em mim viver entretanto.
Sinto-a suja, a prever devorar-me
(de dentro para fora)
A metade de mim já ocupada se mostra,
escondendo o que removeu de meu controlo.
A luz da minha metade apagada,
Deixando na sombra o que me deixa,
O que resta de meus restos.
De olhos mastigados, numa ocupação constante
se arrasta, arriscando mais a fundo,
riscando o comando do que já não é de mim.
Encaixada numa caixa futura minha
me entregará o emprestado destino
do removido acordar para o sono eterno,
pela morte de Morfeu acompanhado terno.
A morte vive em mim
Posted by Miguel Costa on Mai 9th, 2024 in Sem categoria