Comporto os sabores de sal

Se te tentares lembrar, o ar de hoje cheira aquele que em tempos engolimos, aquela saliva entrelaçada que procurava filtrar o ar que suspiravas. O mar nesse dia fez-se lamber pelo ar em salpicos envolvidos em tacteantes nocturnas sombras,

Capilares Platinados

Pelos capilares platinados em um afago me faço mimando a cada passo a história que já passa.

Sombras de sal

Casam-se as sombras enfeitadas de sal, como o ar empestam temperando-o com fel e sabores acetinados.

Canção de Embalar ( Ao som de Lullaby – The Cure )

Caio em minha jangada de sono despejo minhas verdades e adio minhas vontades. Sob um céu de estrelas me apanho, semeando saberes debaixo de um soporífero olhar, esperando ser devorado por um milhar de tacteantes joões pestana. O fino vento embala o entrelaçar do meu olhar, soltando sotaques de gentes em meu redor murmurados. No meu sonho te procuro saboreando …

Penitência

Segurando tocando meus ossos Esmagados os derroto Derretendo tomo teus esboços Emaranhados os corto. Seja feita a vossa vontade Apagando todas cinzas, Acendo então minha verdade Corcundo as nossas vidas. E mostrando vontade verdade E então paro, exploro. Destilo sem não minha cidade Me conjugo me imploro. E me crucifixo, desloco-me E paro, escuto, olho, E traço desnudo, orgulho-me! Então …

Fotografias de ti ( Ao som de Pictures of You – The Cure )

Passando pelo passado te vejo, em embaraçado desejo. Como te vejo vivamente mais viva do que me recordaria agora. Despejo em meus olhos, a tua imagem, lavando a minha recordação eterna, como agora se aparenta brilhando ao relento de um ar temperado.

Jangada

Queimo por entre meus dedoso morrer da água caladaacostumo minha carne sobrea doce jangadaà qual deito meus lençóise estendo minha cama. colho o sibilar do cristal-mármoreque teima em deixar seus sulcos riscadossobre a queimada ardente que seivaem sua frente o desenhar de seus troncoscavados. rotundo sobre o suor práticoe vulgar da salvaguardaqueixosa que em negros perfumes.se esquece e falece. sonhos …

Desperdício

De desperdício me faço em embaraçado traço, tomando por intempéries o teu temperado espaço.

Sol

Em prisma disparas inseparáveis mil cores que depressa seduzes em bailarinos de luzes. Descubro-te a ti entre um tocar de um fá e um grito lá lamentado. Corpo celestial de gosto salgado que solidifica meu coração salvado. Ofereço-te meu corpo para que o possas pela tua luz rasgar, entre a carne que o compõe pedaços de traços teus agarrados encontrarás. …

memória nunca usada

Chovem chuvas de saudades das palavras mudas, arrastam nuvens que ofuscam a memória nunca usada para a lembrança do murmúrio do teu acordar.