Chuva de Quinta-Feira

Abro minha janela, pego em minha sacola, saio em beijo sujo raspado no breve rosto de minha mãe, respiro um breve olhar e saio sem ver. Ao fundo das escadas parava o velho casmurro de sempre.

– Uma senha por… favor – Já desviava o olhar.
– Quanto é ?

Por baixo jorrava a água da chuva que batia em cima sem eu lhe ter dado conta que me presenteava por finos raiares azulados quais lá esperava a cada gota caída;

– 180 escudos se faz favor.
– Aqui estão.

Prata escura, fina e prateada líquida, como que se lhe tivessem posto as mãos nuas de um fantasma de fogo, jorrara para dentro de um bueiro, a monte pelos buracos expelidos pelas vigorosas máquinas de ferro, aço e chuva.

– Ora tenha um bom dia, uma boa viagem!
…esmoreci.

Já la tinha entrado em guarda-chuva fechado acordava-me adormecido, a meu ver dentro de uma hora já la estava. O ambiente era como o de um café de esquina, cheio e cheio de fumo, gentes gestos sacolas luz e chuva. Condenado nos vigorosos perfumes citadinos.
– Um bom guitarrista toca bem em qualquer guitarra! – Gritara o condutor meio ébrio de sono também ele de rijas barbas brancas de fazer lembrar idade igual para aquele veículo que conduzia, e que para seus passageiros, mal em si mesmo se segurava.

Crisp! Bizug! Zag! E lá nos movíamos nós para lugar mais distante.

Tacteei o meu lugar equilibrado enquanto a mim me fazia equilibrar, na infinita dança pelo veículo tomada.

Depois de sentado no solavancado assento, acentuei os meus joelhos enquanto juntava as minhas tralhas carregadas.

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