Jangada

Queimo por entre meus dedos
o morrer da água calada
acostumo minha carne sobre
a doce jangada
à qual deito meus lençóis
e estendo minha cama.

colho o sibilar do cristal-mármore
que teima em deixar seus sulcos riscados
sobre a queimada ardente que seiva
em sua frente o desenhar de seus troncos
cavados.

rotundo sobre o suor prático
e vulgar da salvaguarda
queixosa que em negros perfumes.
se esquece e falece.

sonhos encantos de finos abalos
se empatam e empalam diante
meu semear de ténue abraço
gasto.

lento se torna meu remar
a tal passo se torna falso
e serve a paisagem das
fluviais mágoas faladas.

Leave a Reply