O meu nome é Touro

Vivi em tempos nas frescas montanhas
acariciando no interior da minha boca
o Sol capturado pelo verde que nelas vive.

Vivo agora no mundo dos Homens
(que engoliu o meu).
Onde o mesmo há muito se esqueceu
(que vive no meu).

Dizem que o dia para o qual nasci chegou.

Mas as línguas dos Homens são bandarilhas
que cravejam a carne do meu corpo.
Que se deixam lamber pelo vento,
prostrando assim os seus desejos sanguinários.

Acordam o corte que me deixa latejante,
enquanto lidam o meu frustrante ansejo
de manifestar perante tamanho festejo.

(Como se regozijam pelos trajados enfeites).

Memórias são lavadas enquanto varridas,
para os meus olhos despidos.
Onde em um um último fulgor
a minha vida termina.

 

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