Árvores que falam

As árvores que falam escrevem cartas de amor no vento.Dançam a melodia dos pássarosQue cócegas fazem por entre os seus ramos. (Como se deixam lavar pela chuva que espreita pela cálida festa,Que se faz ouvir na floresta.) Esfregam ronronares vazios que se acolhem num desfolhar mágicoDe receita feita pelos mais vitrovianos paladares.

Debulhadora da Devastação

A Debulhadora da Devastação Ensombra o assombro da criação Acorda o silêncio da reacção Devora o imundo mundo da satisfação. Encontra as lombrigas ensombradas pelas términas térmitas, que se passeiam acotoveladas pelas cheias.

Gigantes das obras ociosas

Os gigantes das obras ociosas São como torres que tombam. Se assopradas no ângulo certo. Engolem o orgulho e seguem envenenadas. São como lombrigas num chão acetinado. Sobram as sombras das urtigas queimadas. Que num passado inverno reluziam condenadas. Assemelham-se a um distante caixão, que no seu entalhe corpóreo se finalizam em terra.

O melhor do amor

o melhor do amor… neste caso do meu… não é amar-te, por todos os encantos que tens ou pelas linhas que possuis e que me fazem voar… o melhor do meu amor, é o facto de ele ser já uma entidade superior a mim, com energia e vida própria, capaz de crescer e evoluir hibernando até perder a esperança de …

na solidão de uma vida hei-de te amar…

na solidão de uma vida hei-de te amar… na solidão do meu olhar… eu sou um quarto fechado, tu és o céu aberto… um paraíso lá fora… um céu infinito… opero nas trevas, para servir a luz… sou um assassino… conhecido por muad’dib, il mentore ou… o guardião de ti e dos teus segredos… tudo começa num salto de fé… …

a minha mulher de sonho

A minha mulher de sonho, não tem o mundo a seus pés… Mas tem-me a mim… Uma lágrima não é muito, mas muito diz… mas muitas são um todo… A minha mulher de sonho, não tem a pele mais perfeita, não tem as mais belas curvas nem os mais belos cabelos… Mas o meu desejo incondicional por ela… A maior …

condenado à morte

Há meses que vivo com outro fantasma… eu já não era um homem como outro qualquer… embora já o tenha sido há 20 anos atrás… eu sorria, cantava e sonhava, era alegria e contemplação… era o João… desenrolava os dias por entre os dias, fazia uma ou outra tropelia e sonhava em ser feliz… hoje estou preso, agrilhoado à tristeza, …

lontrinha

Quando escrevo dou à personagem o corpo de uma mulher, ou, transformo uma mulher numa personagem? A vida é a cronologia, é o somatório de várias cronologias numa só, ou melhor dizendo, fundir as datas e transformà-las em vida dando-lhes coerência numa existência. Quando escrevo não é raro existir uma multidão de personagens no meu quarto, embora eu só revele …

O meu nome é Touro

Vivi em tempos nas frescas montanhas acariciando no interior da minha boca o Sol capturado pelo verde que nelas vive. Vivo agora no mundo dos Homens (que engoliu o meu). Onde o mesmo há muito se esqueceu (que vive no meu). Dizem que o dia para o qual nasci chegou. Mas as línguas dos Homens são bandarilhas que cravejam a …

na escrita….

na escrita, não há expressões, tacto, cheiro, audição… na escrita á o que nos quisermos…navego nas palavras ao sabor da minha imaginação, sinto-me tão feliz por fazer parte da escrita passada. presente e futura…