Descanso

Recostado no sofá, meu corpo desliza…
Minha cabeça vagarosamente declina…
Meus olhos suavemente se encerram…
E a alma, já cansada, solta a máscara…
A roupa descai, como carícia ela é sentida…
Uma mão terna, irreal, percorre o ombro…
Lábios doces e gentis minha face exploram…
Um corpo desejoso de sensações, suspira…
A ténue barreira entre o místico e o real,
Desfaz-se, evapora-se, e torna-os num só.
Valores mais altos então se elevam…
As estrelas, cúmplices, apenas sorriem…
E o sonho, a fantasia, dá lugar à realidade,
Concebida estranhamente no meu ser…
E nesses breves e intensos momentos,
Ventura e prazer, abundam pelo ego…
Mas breve, volátil, imaginária…
Tua lembrança desvanece nas serenas
Planícies do espírito solitário, meu…
E assim adormeço para a eternidade…

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